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É a solidão.

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Sim, a solidão, o vazio, a incompleteza.  É a minha essência, é o que me define.  Depois de tantos anos, séculos, eras... O que sobra é o vazio.  É o preço a se pagar por uma eternidade. A não-morte não é confortável e gentil, ela é fria, é dura, é amarga. Muitos tentam preencher o vazio com o que podem agarrar: poder, luxúria, mais mortes. Mas é tudo passageiro, são apenas motivações vazias para uma vida v azia. Qual o propósito de uma vida que não tem fim? Até quando isso é prazeroso? É apenas uma prisão disfarçada. A tentação do poder, do fascínio, promessas de uma criatura mesquinha e narcisista que não consegue aguentar essa solidão e precisa de alguém para dividir essa angústia. Mas eles não admitem. Não querer dar o braço a torcer, que essa “dádiva” que eles tanto prezam é apenas uma ilusão. A ilusão do domínio e da conquista. Conquista de território, conquista de castelos, de pessoas, de almas. O gosto do sangue parece a melhor coisa do mundo. Sim, no inicio sim. Com o tempo é

ABRAÇO

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Ele avançou até mim. Seu rosto estava a poucos centímetros do meu, seus olhos vermelhos me fitavam incessantemente, senti como se tivesse passado meses enquanto ele alvejava minha alma com seu olhar. Meu coração batia cada vez mais rápido e eu me senti paralisada, nenhuma parte do meu corpo tinha força para se mexer, apenas cedi ali, como uma presa prestes a ser abatida. Minha respiração ofegante era o único som que preenchia o quarto, abafando suavemente o som das batidas rápidas do meu coração, que pareciam soar como tambores de guerra. Tentei desviar meus olhos de seu rosto pálido, mas algo me impedia, minha visão acabava sempre sendo atraída de volta para aquele rosto tão aterrorizante e ao mesmo tempo encantador. Demorou alguns minutos até eu perceber aquela mão magra e fria subindo pelo meu tórax. Lenta e suavemente, como se deslizasse por cima de um lago congelado, tentando alcançar minha garganta. E alcançou. Ele apertou os seus dedos contra o meu pescoço, senti a firmeza e a